O livro do professor e pesquisador Adam Grant “Originais” (Sextante; 272 páginas; Tradução de Sérgio Rodrigues; 40 reais) traz uma rica investigação sobre a criatividade e inovação. O autor analisa o que torna possível a originalidade e em quais contextos ela floresce; qual comportamento está por trás da criatividade, da subversão, da inconformidade e por que essas tendências culminam em originalidade.
Adam Grant busca decifrar a originalidade, seus caminhos, tendências e efeitos. Ao longo de oito capítulos o autor constrói o conceito de originalidade e através de histórias explica o mundo da criatividade e inovação. O subtítulo do livro: como os inconformistas mudam o mundo, molda o formato da obra e seus desdobramentos. A inconformidade trata da chave da originalidade que é justamente a subversão e desobediência. Originais são indivíduos que não se adaptaram as regras do jogo e com isso mudaram a forma de jogar e influenciar o mundo.
Nossa espécie é marcada por uma característica de insatisfação; desejamos o que não temos e o mundo parece sempre insuficiente. Queremos alterar a realidade e adaptá-la aos nossos anseios. É justamente por isso que a tecnologia e a inovação alcançaram tais níveis. Estamos sempre procurando uma forma de mudar a realidade e tornar a vida em algo melhor. Vivemos hoje em uma era digital, hiperconectada e em alta velocidade, resultado claro desse incomodo primordial, uma insatisfação com a crueza da realidade.
No entanto, esse ímpeto por mudar o mundo tem uma oposição clara: a conformidade e inércia, também marcas de nossa espécie. É curioso como sentimentos tão opostos vivem em um único indivíduo; um desejo do novo, e uma tendência por conservar a vida como ela é. Essa dualidade ou se desdobra em estagnação e conservação do status quo, ou em inconformidade e originalidade.
O autor viaja ao longo do livro em ideias e histórias na busca por compreender os fatores que fazem de um indivíduo subversivo, e como ela floresce em criatividade. A subversão é a chave da originalidade, o que não significa que todo subversivo é original. Existe uma tendência na inovação e originalidade pela rebeldia, justamente porque ser inovador exige destruir conceitos e crenças, construir algo novo e convencer os outros de sua ideia.
O livro é recheado de técnicas e estratégias para se tornar mais original e vencer diversas barreiras. O autor dá ferramentas para pensarmos a originalidade e com isso iniciar a jornada da criatividade.
Confira a resenha do livro “Dar e Receber” do Adam Grant.
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