“A Meta” de Eliyahu Goldratt é um clássico de administração. As histórias do livro são usadas com frequência nas faculdades para ensinar os alunos sobre metas, processos produtivos e desafios administrativos. O livro traz a história de Alex Rogo, que estando com uma fábrica próximo da falência, sai em busca de soluções e respostas. Nessa aventura Alex descobre e aprende muitas coisas, corrige o rumo dos negócios e da vida e colhe muitos frutos. Uma história para se refletir sobre negócios e alguns aspectos da vida e dos relacionamentos.
O livro “A Meta” é obrigatório para qualquer gerente e profissional da indústria. Mesmo sendo um livro de 1984 os problemas enfrentados hoje nas fábricas são muito parecidos com os do passado. O modelo usado pelo autor para contar e exemplificar as ideias é muito intuitivo e produtivo. Através de perguntas e diálogos o autor traz seus conceitos, inspirado pelo método socrático, provoca o leitor a pensar nos desafios dos personagens e contestar suas próprias ideias.
Muitas empresas operam sem ter clareza de suas metas. Operários, supervisores, gerentes, presidentes, todos indo e olhando em direções diferentes. Poucas empresas têm uma meta unificadora, e um número menor delas têm uma equipe que entende essas metas. O autor faz uma abordagem simples, porém fundamental sobre metas. Qual é a meta de uma empresa? Ganhar dinheiro, ser lucrativa e continuar no mercado. Então bater meta é a empresa estar direcionada a esse objetivo. Produtividade na visão do autor, seria realizar algo em relação a sua meta. Quando executamos, pensamos e somos estratégicos em relação a nossa meta, somos produtivos.
Duas ideias direcionam o livro: os gargalos e a reflexão. Os gargalos são todas as restrições que um processo produtivo sofre. Se alguma etapa tem uma limitação para atender a demanda do sistema, o trabalho se acumula e o resultado é o prejuízo. Através de uma história bem conhecida na área administrativa, o autor ensina sobre restrições e como pensar sobre elas. Em um momento da história, Alex Rogo acompanha seu filho e um grupo de meninos escoteiros por uma trilha. Ele é o único adulto e fica responsável por cuidar dos meninos e guiá-los até o destino. Acontece que cada menino é diferente do outro e seus desempenhos na caminhada são diferentes. Durante a caminhada Alex percebe que com bastante frequência o grupo perde unidade e cada um segue ao seu ritmo. Alguns meninos andam muitos metros à frente, enquanto outros se perdem na longa fila que se forma. Observando os passos dos meninos, notou que o garoto mais lento é que determinava a caminhada, pois afinal todos deveriam chegar juntos, esse era o objetivo.
Herbie, o menino gordinho e com uma mochila enorme atrasava todo o grupo e impedia que a meta fosse batida: chegar juntos ao destino antes do escurecer.
Nessa observação, Alex percebe que o gargalo, ou a restrição do grupo é o Herbie, se ele for lento, o resultado final é lentidão, se ele for mais ágil, todo o grupo renderá mais. Então ele decide parar o grupo, reduzir o peso da mochila de Herbie e colocá-lo à frente do grupo. O resultado foi agilidade, o gargalo foi administrado e o grupo conseguiu alcançar sua meta.
Com essas e outras histórias vamos descobrindo as teorias que compõem a obra “A Meta” e com uso constante da reflexão, aprendemos a encarar os problemas de forma proativa.
A reflexão é a guia mestra do livro e através desse instrumento o autor ensina muitos tópicos de administração. Mais do que propor soluções, o autor afirma que é a capacidade de pensar e encontrar suas próprias respostas, a maior habilidade de um líder. O líder quase nunca tem todas as respostas, mas é sua capacidade de provocar a dúvida, motivar a equipe e gerar mudança que direciona a empresa rumo aos seus objetivos.
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